Mania de achar que sou diferente.
Mania de achar que sou especial.
Mas não importa o quanto eu tente,
o que acontece é sempre o igual.
Mania de achar que é único o meu sofrimento.
Mania de achar que finalmente serei feliz.
E ver que ninguém se importa, ou está atento,
Pois vivem as dores e alegrias que lhe condiz.
Mania de fingir que estou bem.
Mania de sorrir e tentar se forte.
E das minhas dores ser refém.
Apenas esperando que eu suporte.
Mania de achar que tudo é um recomeço.
Mania de achar que me aguarda o futuro.
Mas mantenho o passado como endereço
E não mudo, não me aventuro.
Mania de transformar em verso o que sinto.
Mania de com palavras despir minha alma.
Botar pra fora, ficar sempre me expondo,
Para desabafar, e restaurar o que resta de calma.
